Excerto:«(...)Évora, a sua Câmara Municipal e as suas gentes dão, de novo, expressão viva e concreta ao projecto que a Constituição da República consagra – a cultura como componente central da democracia – elemento indissociável de um povo e de um País culto, avançado, soberano e desenvolvido.
Vivemos num quadro de profundas dificuldades em que se procura
fomentar a ideia de aceitar como normal o trabalho gratuito, em que se
banalizou a precariedade, a instabilidade e a incerteza, chamando-lhes
intermitência, em que se encostam à parede artistas e outros trabalhadores da
Cultura, ou se obriga à aceitação cultural da ideologia dominante com a sua
única lógica do mercado, travando a criatividade, a originalidade, a própria
leitura da vida e do mundo.
Vivemos hoje uma situação na Cultura que exige mobilização de
todos aqueles que estão dispostos a unir esforços com o objectivo de mudar o
seu rumo de desvalorização que tem sido seguido em Portugal, e construirmos
soluções capazes de levar por diante a democratização do acesso, da criação e
da fruição culturais.
Este é um objectivo que preside à nossa intervenção na área da
Cultura.
Por falta de dotação financeira, mais de 100 estruturas
culturais de todo o País foram excluídas e não obtiveram apoio.
Repare-se bem: mais de 100 estruturas culturais que cumpriam os
critérios estabelecidos pela DGArtes. Mais de 100 estruturas culturais que
foram avaliadas positivamente e que, mesmo sendo elegíveis, por falta de
orçamento, não receberam apoio.
Aliás, apenas 20% das estruturas que se candidataram não foram
consideradas elegíveis, demonstrando a qualidade dos vários projectos
apresentados.
O orçamento para a Cultura é baixo, não responde à mais que
justa necessidade e aposta estratégica que é necessário e urgente levar por
diante.
Se há estruturas sem apoio, e há-as, isso deve-se exclusivamente
à opção do Governo, da sua submissão a outros interesses que não os do acesso,
fruição e produção cultural. (...)».
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