terça-feira, 27 de junho de 2023

REORGANIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO|«Ministério da Cultura dá duas semanas ao setor para enviar os contributos à nova organização»|DO GÉNERO « DAR AZEITONAS PARA A EMPADA DA VIZINHA»? | SÓ PODE MAS ADMINISTRAÇÃO ABERTA É OUTRA COISA ...

  

O recorte da imagem é de um trabalho do Expresso online de Christiana Martins com a Lusa. Não conseguimos encontrar a intervenção na integra do Senhor Ministro da Cultura de sexta-feira  nele referido.Mas com o que o artigo nos traz as inquietações continuam na linha do que temos vindo a sistematizar sobre o que o Governante  diz ser «uma revolução no património». Lembremos posts anteriores:«Reorganização dos serviços do património cultural». Agora:

- Esta das duas semanas para o setor (e os demais interessados?) enviar contributos faz-nos lembrar aquela de «dar azeitonas para a empada da vizinha». Verdadeira transformação participada e colaborativa acontece noutras fases. Tem de «começar no começo» quando se desenha e discute o tão falado «estruturante». Assim é como «marcar o ponto» e de forma burocrática cumprir uma norma para dizer que se ouviu. Verdadeiramente sem espaço para se alterar o essencial. Mas este tem vindo à estampa na comunicação social: será que esta via conta? Podia recomendar-se literatura e políticas públicas concretas para benchmarking, mas fiquemos pelo  que primeiro nos veio à memória: a lógica da «OPEN GOVERNMENT INITIATIVA» de Obama. O foco:  «participação» individual, «colaboração» de organizações interessadas e implicadas, a «transparência». Não são apenas palavras, são conceitos a que se seguem técnicas e processos de trabalho que os concretizam. E que não vemos no que se está a passar no nosso País;

- Sendo o Ministro da Cultura um Académico compreenderá que se lhe peça o MODELO que está a ser seguido na sua reestruturação. E os subsequentes estudos. Ilustrando, o que adianta sobre ser «instituto», quase «empresa», não ser «direção-geral», não convence nenhum profissional e estudioso destes domínios. Continuando a exemplificar, aquela de as direções-gerais não poderem ter receitas! Olhe que não, olhe que não... Fiquemos por isto: talvez não seja bem assim ... Certo, uma coisa é as receitas irem para o bolo global do Orçamento do Estado, outra ficarem afetas ao Organismo que as gerou ... Mas o verdadeiro problema é o financiamento estatal devido, e o que defendemos é que a cada MUSEU sejam atribuídas as verbas de que necessita para cumprir o seu SERVIÇO PÚBLICO. Ainda, a participação dos Privados no financiamento da cultura já irá por outros caminhos que não os enfatizados pelo Senhor Ministro. É o paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL  o organizador ... Em particular, aquilo dos benefícios fiscais não será o que mobiliza o «MECENAS» digno desse nome ...

- Quanto àqueles CONSELHOS de curadores e afins, desde logo, eles são possíveis no atual quadro legal assim se queira para cada ORGANISMO especifico. Mas a propósito, ainda não vimos nada vindo do Senhor Ministro sobre o CONSELHO NACIONAL DA CULTURA! Se calhar até já houve, mas como não há site do Ministério, e não há tempo para tudo se procurar, fica-se amputado na informação e conhecimento a que se tem direito. Ai!, a transparência ...

Por agora fiquemos por aqui, mas cheira-nos que a procissão  ainda vai no adro ...


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