quinta-feira, 1 de junho de 2023

ALEXANDRE POMAR |«Júlio Pomar - Depois do Novo Realismo»

 

«Quase tudo aconteceu na obra de Júlio Pomar depois do neo-realismo (ou novo realismo, como preferia escrever), o qual durou só os 10 anos iniciais - por isso o título. E, aliás, o neo-realismo não foi o que dele se disse.
Filho do pintor, autor do respectivo Catálogo Raisonné, comissário e colaborador de algumas exposições, Alexandre Pomar reuniu os seus escritos sobre Pomar e o seu tempo, inéditos ou publicados, mas sempre inteiramente revistos, percorrendo a longa carreira e formulando interpretações originais que se confrontam com as versões académicas habituais: a afirmação da Geração de 45, a partir dos Independentes do Porto; a informação americana vinda na 2.ª Guerra e a formação cosmopolita; as obras modernas trocadas com os artistas amigos; e o segundo período militante dos anos 50, antes de passar a outros caminhos. Visita-se a aventura dos frescos do Batalha, o período pop iniciado nos anos 60, as obras brasileiras e a última pintura literária e de História.
Dois anexos incluem 25 escritos inéditos ou dispersos do artista e também correspondência com interesse biográfico, com Mário Dionísio, Manuel Vinhas, Paula Rego ou Cardoso Pires, e cartas para os filhos dos primeiros anos de Paris». Saiba mais.

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E no blogue de Alexandre Pomar: Júlio Pomar. Depois do novo realismo - Apresentação. Começa assim:«Reuni neste volume textos de vários destinos e diversos temas, com predomínio do capítulo neo-realismo/novo realismo, mas alargando o horizonte até aos últimos anos da obra de Júlio Pomar, sem a pretensão de abordar todas as décadas, e foram oito... O neo-realismo é só o começo, muito referido quando se fala do artista, por fixação cómoda aos estilos colectivos, como uma marca indelével, que muitas vezes cega ou esconde, como se fosse um lugar fixo na história. Mas também acontece que ela, a história, é mal contada. É, por isso, de uma correcção de versões académicas e de correntes que em grande medida por aqui se trata, propondo diferentes pistas. O neo-realismo não é o que dele se disse. Como exemplo e eloquente ilustração, a abordagem de algumas obras então trocadas com outros artistas (Fernando Lanhas, Victor Palla, Mário Dionísio, João Abel Manta).

Quase tudo aconteceu na obra de Pomar depois do neo-realismo, e por isso o título. Nos anexos acrescentei 25 textos dispersos, não incluídos nas recolhas publicadas em 2014 pelo Atelier-Museu Júlio Pomar (AMJP), porque eram então desconhecidos. Prefácios para catálogos seus e de outros, uma palestra sobre o desenho e o pincel japonês («A mão contraditória»), apresentações de obras e de um filme, homenagens a amigos e lembranças de circunstância ou de oportunidade – desde 1947 a 2017, com uma gravação de ignoradas data e intenção que ficou a abrir a sequência por tratar da infância. E no segundo anexo publico a pouca correspondência com interesse que sobreviveu às mudanças da vida, sem ser coleccionada: cartas singulares da Galerie Lacloche antes da partida para França, dos amigos Mário Dionísio, Manuel Vinhas, Paula Rego, José Cardoso Pires, mais os extractos de duas dezenas enviadas aos filhos Alexandre e Vitor que percorrem os primeiros anos de Paris, e uma última escrita no Xingu. Outras cartas, trocadas com Menez na viragem dos anos 70/80, já tiveram edição própria do AMJP: ficou a saber-se que a pintura não é produção fácil para alguns pintores e isso raramente se escreve (só em cartas privadas?) e menos ainda se divulga. (...)». Leia na integra.



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