«Organizado
pelo Centro de Investigação Sobre Economia Portuguesa do Instituto
Superior de Economia de Lisboa, realizou-se de novembro de 1982 a
Janeiro de 1983, um seminário orientado para a perspectivação da
experiência portuguesa de planeamento.Os textos que se seguem serviram de base as funções do Seminário». Saiba mais.
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Vamos lá dar um começo a este post: não fosse o Programa proposto pelo Governo acelerar a economia com as suas 60 medidas mais a CONVERSA sobre o assunto desencadeada pela ORDEM DOS ECONOMISTAS e
o livro acima num ato de arrumações - hábito de férias - teria passado
em frente. O contexto terá determinado a pausa que leva a esta sugestão: a nosso ver vale a pena revisitá-lo. Do repositório UTL o resumo: «Uma
das críticas que se pode dirigir à experiência portuguesa de
planeamento anterior a 1974 é o facto de o planeamento então praticado
ser um planeamento sem sujeitos. Ora, num quadro institucional que
comporta a iniciativa dos sujeitos económicos, mal se compreende um
planeamento que os ignore. Ignorar, neste caso, poderá significar não
dar conta das suas lógicas próprias, dos seus interesses e antagonismos,
das tensões e conflitos a que os seus comportamentos individuais e de
grupo dão lugar. Ignorar é ainda não ter na devida conta a força
desigual com que os sujeitos económicos intervêm na economia nem
tão-pouco os mecanismos por que o poder se constitui ou consolida.
Aceitar à partida a interligação do económico ao político, admitir como
mais próxima da realidade uma situação de conflitualidade e antagonismo
entre os interesses dos vários grupos afigura-se, assim, ser
indispensável para um estilo de. planeamento que se pretende eficaz e
ajustado ao real. A saída da crise pelo conservadorismo recessivo
apresenta-se cheia de riscos de toda a espécie. Infelizmente, não se
segue que seja fácil rápida concordância quanto à saída alternativa
baseada na estruturação planeada. É na verdade fácil de comprovar que o
domínio da economia portuguesa necessita de um plano. Todavia um plano é
uma forma de revitalizar o contrato social que traduz o misto de
relações de conflito e de cooperação entre os diversos actores políticos
sociais e económicos». Podemos saber mais, nomeadamente da saudosa Manuela Silva - aqui. Por outro lado, voltando aos dias de hoje, atente-se nestas palavras do Bastonário da OE - tiradas daqui: «(...)Mas
é necessário ir mais além. É necessário, igualmente, dar uma dimensão
estrutural e estratégica a este desiderato, com a criação de uma
instituição especializada e permanente de produção de estratégia sobre a
economia portuguesa, à semelhança do que já existiu no passado e que,
por razões que a razão desconhece, foi progressivamente esvaziada até
deixar de existir.Uma
estrutura integrada por quadros empenhados e altamente qualificados,
sob tutela do Ministério da Economia, que não só contribua para a
produção de coerência das diversas políticas económicas prosseguidas por
cada governo, como também garanta a consistência temporal das políticas
prosseguidas pelos sucessivos governos, evitando os custos desastrosos,
para a economia e para o País, da permanente revisão de decisões
tomadas ou da tendência endémica para a procrastinação, mesmo quando
elas aparentemente são definitivas. (...)».
Tudo misturado, é isto que agora nos ocorre - para se continuar a refletir, naturalmente: é básico sabermos como está organizado o APARELHO ESTATAL, na circunstância na esfera do Ministério da Economia, custando-nos acreditar que lá não haja serviços com competências de planeamento, se isso acontece a situação é mais grave do que pensávamos; é também essencial fazer um ponto de situação da realidade na ACADEMIA e termos noção de onde encontrar o equivalente ao produzido pelo CISEP nos anos oitenta do século passado - neste caso visitámos o seu site - avalie por si; e por último, e que nos estimula em especial, é fundamental encontrar o CONCEITO que oriente a participação da ORDEM - por acaso o centro na EXPERIÊNCIA parece-nos incontornável para dar identidade, procurando-se SINTESE.
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Rematando, pensamos que não haverá surpresa se lembrarmos que não se esqueça a CULTURA E AS ARTES qualquer que seja o SISTEMA DE PLANEAMENTO em especial à luz do paradigma do sec. XXI DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E podemos/devemos ir em busca do que Manuela Silva refletiu sob este signo - sempre moderna, com futuro, não ficando parada nos anos oitenta.
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