Augusto M. Seabra morreu. A comunicação social informa-nos. E relata-nos o reconhecimento que lhe é devotado: das entidades oficiais, passando por quem com ele trabalhou, de amigos, ... E há os anónimos, simples seguidores do que escreveu e do que lhe ouviu ... E os «inimigos», claro. A nosso ver, ele sabia tudo isso. Foge a padrões, a mainstreamings. Será único. Não é múltiplo de nada. É o que vai sendo: na nossa leitura, clássico e inovador. E parece fazer de propósito, a «excelência» sempre lá, mas parecia querer em cada ocasião deixar margem para se atingir, do tipo ficar caminho para fazer - em aberto. Estimulante. Por outro lado, o quotidiano, como os simples mortais o vivem, ser-lhe-ia um lugar estranho - o que não deixava de «ser um pesadelo» para muitos dos que com ele se cruzaram. Em tudo o que tem vindo à estampa uma nítida dificuldade: em poucas palavras dizer o que Augusto M. Seabra foi. Precisa-se de listar. Do que se leu, elegemos este texto de José Manuel dos Santos no jornal Público porque vemos ali a realidade envolta em, digamos, ternura:
Ao tentarmos, num relance, falar de AMS ocorreu-nos isto: viveu «sem rede». A reflexão alicerçada era o seu alimento. A clareza no pensamento e na ação a sua procura.
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Por aqui, no Elitário Para Todos, tem admiradores, e vamos ter saudades (há muito que já as sentíamos) de o encontrar e dizermos o quanto tínhamos gostado desta ou daquela sua intervenção. E às vezes também comentávamos que não «era bem assim como ele estava a ver» - mais no que se referia às políticas públicas na esfera da Cultura... Mas ele construia as suas ideias com base nas facetas das realidades que escolhia e na informação que vamos tendo, que é parca ... Como seria enriquecido o seu contributo se assim não fosse!
Valorizamos tanto o trabalho de AMS que são frequentes os posts que despoletou. Alguns deles:
E veio-nos à memória «o olhar» de AMS sobre o Festival de Almada. «Enciclopédico». Procure que vale a pena:
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Dizem-nos que Augusto M. Seabra estava a organizar o que tem espalhado por aí. Os Orgãos do Poder falam na sua obra inigualável dizendo-se mesmo que tem de ser publicada. É a MEMÓRIA! Pode ser que daqui venha o impulso que leve a desencadear-se o que ainda não foi feito. Por outro lado, a vida deste «profissional da cultura, culto» também poderá relançar a discussão do rendimento mínimo das nossas gentes da cultura e das artes ...
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Por fim, sobre o velório a partir do jornal Público:
«Velório de Augusto M. Seabra esta sexta-feira no Picadeiro Real
As cerimónias fúnebres do crítico, divulgador e programador cultural Augusto M. Seabra decorrerão entre esta sexta-feira e sábado na zona de Lisboa, disse ao PÚBLICO fonte da família. O corpo do membro da equipa fundadora do PÚBLICO estará em câmara ardente a partir das 15h desta sexta-feira no Salão Nobre do Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches), e de lá seguirá no sábado para o Tanatório de Barcarena».
As cerimónias fúnebres do crítico, divulgador e programador cultural Augusto M. Seabra decorrerão entre esta sexta-feira e sábado na zona de Lisboa, disse ao PÚBLICO fonte da família. O corpo do membro da equipa fundadora do PÚBLICO estará em câmara ardente a partir das 15h desta sexta-feira no Salão Nobre do Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches), e de lá seguirá no sábado para o Tanatório de Barcarena».
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