segunda-feira, 31 de julho de 2017

JEANNE MOREAU







Jeanne Moreau morreu.Como não recordá-la!, neste dia que nos deixa. 
«Houve um tempo em que me deixei levar por ela, senão com a totalidade de mim, com alguns dos meus melhores bocados. Foi o tempo em que ela cantava a canção do Jules et Jim. “Elle avait des yeux / des yeux d’opale / qui fascinaient / qui fascinaient.” Em noites de lua, subia às árvores, de calças brancas, convocando o turbilhão da vida. […] Mostrou-me, pela primeira vez, coisas que nessas épocas ainda eram boçalmente excitantes nos nomes latinos que as rodeavam.»
João Bénard da Costa, Muito lá de Casa, Assírio & Alvim. 






domingo, 30 de julho de 2017

AUTO-DIVULGAÇÃO | «Património Cénico - Defesa e Rendibilização»

Disponível aqui



O fim da Cornucópia levou-nos a pensar, uma vez mais, a questão do que designamos por Património Cénico, e a lembrar as conversas que tivemos com Luís Miguel Cintra a pretexto, e daí recuperarmos o artigo (de 2001) a que se refere a imagem. Quem sabe pode interessar a alguém, e daí a partilha. Mais, talvez, qualquer sistema de apoio às artes não deva  passar ao lado destas coisas ... E, por maior força de razão, em tempos de Economia Circular. É da natureza da gestão, anda tudo ligado, a abordagem tem de ser sistémica. Em particular, as politicas públicas têm de ser cruzadas.




sábado, 29 de julho de 2017

Afinal não se discute!| Então alertemos: «cuidado com os métodos»

Leia aqui

Caros leitores, por aqui estamos também perplexos, porque como alguns que nos contactaram, e como tantos outros que publicamente se manifestaram,  estávamos «à espera do projecto do Decreto» para vermos preto no branco a «reforma». Se é o que parece ser, reforma para que te quero! Onde está ela?  Verdadeiramente a «novidade» são aquelas «parcerias» que podem ser tudo e nada! Parcerias já existiam, ainda que algumas não acionadas. Eventualmente, podem apenas ser aqueles Apoios Extraordinários do sistema ainda em vigor.  Mas deixemos que tudo apareça, e aguardemos também a reação do Parlamento! Prometeram que iam refletir o que o Governo ia pôr cá fora ... E para os mais desanimados, sim ainda temos a Assembleia da República que pode sempre chamar a si o «dossiê». Em qualquer altura! E pelo andar da carruagem se assim não for, não se augura nada de entusiasmante!
Senhor Primeiro Ministro, bem sabemos que aprovou o que aprovou, mas talvez mereçamos umas palavrinhas, a mostrar que o que foi aprovado está em linha com o seu Programa do Governo e a sua Estratégia para a Década!  É que  nós não o vislumbramos! E quanto aos contributos pedidos e dados, estavam a mangar! Apenas procuravam  palmas para a sua «obra» que, pelo que se conhece, em nada mudou desde início. (Ah aqueles comunicados a referirem  adesão! cheiram a tempos que se julgavam passados, é propaganda). Isto em democracia paga-se caro. Desiludam-se os que pensam que tudo se pode fazer, e que o tempo leva ao esquecimento. Olhem que não, olhem que não, o tempo é também «o grande escultor»!
Mas sejamos pragmáticos, por este andar o melhor é tentar fazer algumas economias e pensar em ser «público» lá fora, e lembramo-nos disto ao lermos a crónica de Jorge Calado na Revista do Expresso de 22 de Julho, donde este excerto:


E se não puder fazer economias? Pois é, o caminho está traçado:  temos que continuar a lutar por um verdadeiro SERVIÇO PÚBLICO nas artes, fundamentado, partilhado, do século XXI,  e não o que nos querem fazer querer, e crer, como única possibilidade. Não acreditem,  há alternativas !«Eles» é que não vêem ou não querem ver, o que vai dar ao mesmo.




sexta-feira, 28 de julho de 2017

A REFORMA DOS INTERMITENTES DO ESPECTÁCULO EM FRANÇA | em Portugal um estudo sobre os profissionais do espectáculo reformados é bem necessário | PENSAR NESTAS MATÉRIAS EM AMBIENTE DE «NOVO SISTEMA DE APOIOS» FAZ SENTIDO






O Resumo em inglês:
 «Abstract 
Pensions for retired entertainment industry professionals in intermittent work: more pension recipients receiving lower pensions through successive generations Almost 14,000 retired entertainment industry workers now receive a retirement pension at the end of an “intermittent” career, i.e. a career based on a succession of short-term contracts. Since 1989, their number has dramatically increased, following on from the growth in entertainment industry professionals and the rise project based employment practices over the last thirty years. These professionals’ basic pensions rely on a legislation that is common to all wage earners. They also benefit from a supplementary professional pension, paid by Audiens. On average, intermittent workers retire at the age of 62, and the vast majority of them (93%) benefit from a full pension. In 2009, the annual average total pension paid to former intermittent workers in the entertainment industry is 18,180 euros, i.e. 1,520 euros a month. The average amount of total pensions is falling, due to the depreciation of basic and supplementary pensions. New generations of retired intermittent receive lower pensions than previous ones, e.g. an intermittent retiring in 2009 would have a pension 10% lower in value than that of another one retiring in 1999. Regarding the basic pension, this is essentially explained by a decrease in the annual reference salary on which it is calculated. The evolution of supplementary pensions is more contrasted: although they decrease overall, they increase for certain categories, such as artists, thus providing a compensatory effect to their diminishing basic pensions. Finally, the analysis of pensions over a twenty-year period reveals profound intergenerational, but also professional and gender inequalities. Thus, the total annual pension for artists and technicians who retired in 2009 was almost 13,000 euros per year lower than executives’. Female intermittent professionals generally retire a little later than men, and get a lower pension, which reflects women’s disadvantageous wage progression path. However the gender inequality gap is progressively closing when it comes to retirement pensions. But this phenomenon is more attributable to the decrease of men’s pensions than to an improvement of women’s ones».
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E faz sentido pensar estas matérias neste momento em que se está a reflectir o sistema de apoio às artes no nosso País. A reforma que cada um  vai ter  dependerá da maneira como a vida activa se desenvolveu. E tem de haver padrões de remunerações, e fazer os descontos, e ...  O orçamento do Estado que vai para as artes, ou seja, o seu montante, também tem de reflectir  estas coisas ...

  

quinta-feira, 27 de julho de 2017

NOVO SISTEMA DE APOIO ÀS ARTES | «Programa em parceria - acordos previamente estabelecidos entre a área da cultura, através da DGARTES, e outras pessoas colectivas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, assentes em objetivos comuns» | E MUITOS JÁ PERGUNTARAM O QUE É QUE ISTO QUER DIZER



«The Arts Impact Fund is a £7 million initiative set up to demonstrate the potential for impact investment in arts. The fund provides repayable finance to arts organisations with ambitions to grow, achieve great artistic quality and have a further positive impact on society.
We believe the arts play an essential role in our everyday lives, our cultural identity and our economy. They inspire, challenge and educate us.
As a business sector, the arts create economic growth, job opportunities and valuable income for our communities. And there are shining examples of how arts organisations can touch the lives of people and help tackle some of the most entrenched social problems.
 We want to invest for artistic, social and financial return. We focus on both artistic and other social outcomes in order to promote the wider positive impact art has on society and support more organisations to benefit individuals and communities through their work.
By investing in the arts, we want to support more organisations to become enterprising and resilient. We want arts organisations to see impact investment as another route to sustainability and achieving their goals. By demonstrating how ambitious organisations can grow and have greater impact using unsecured loans, we want to attract more impact capital to the arts to benefit the wider sector».

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«The Arts Impact Fund is a collaboration of public, private and charitable partners and supporters who share a commitment to supporting the arts and a belief in their importance to society. 
They are: Arts Council England, Bank of America Merrill Lynch, Nesta and Esmée Fairbairn Foundation, with additional funding from Calouste Gulbenkian Foundation». +.

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E neste ambiente,  a notícia recente via NESTA:


Leia aqui

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Nem sabemos bem a razão mas ao penetrarmos no que acabamos de expor veio-nos à memória esta passagem de um dos documentos disponibilizados pelo Ministério da Cultura sobre o «Novo sistema de apoio às artes»: «Programa em parceria - acordos previamente estabelecidos entre a área da cultura, através da DGARTES, e outras pessoas colectivas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, assentes em objetivos comuns» - Veja aqui na pg.3.  É o que acontece quando não se percebe o que é que aquilo verdadeiramente quer dizer.
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E a propósito,  sabia que em Portugal existe o Laboratório de Investimento Social Portugal Inovação Social.E certamente que por lá haverá lugar à cultura ... Mas quem o sabe !  
Assim, de repente, até parece que há dinheiro ... E cruzar os fundos comunitários com os orçamentos nacionais, de forma organizada, transparente e estruturante,  é uma cruzada aqui pelo Elitário Para Todos. Mas ninguém nos ouve ! Parece que só escutam se perguntarem. Acordem, estamos no sec. XXI ! há que aproveitar toda a informação, todos os palpites,  venham de onde vierem ...
 



terça-feira, 25 de julho de 2017

PERFORMART | «Comentário às linhas gerais da proposta de Decreto-Lei do modelo de apoio às artes»





Leia aqui os comentários da PERFORMART
 ao que foi dado a conhecer sobre o «novo» sistema de apoio às artes.
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Por acaso apetecia comentar os comentários, mas deixemos isso para outra ocasião. Bom, não resistimos ao que se leu sobre o «Terceiro Setor»: «O Programa de Apoio Sustentado foi apresentado como um programa de investimento no terceiro sector (afastando de vez o “fantasma da subsidiodependência”)». E o pedido: será que nos podiam explicar o raciocínio? E, já agora, no passado o setor rejeitou a designação «Terceiro Setor»,  depois de muito discutido e de se lhe perguntar, entre alternativas, preferiu «não-governamental». E podiam dizer-nos qual é o conceito de Terceiro Setor que seguem? Desde logo, não nos venham com critérios juridicos ...Também ao correr da pena uma precisão: não há Secretaria de Estado. É isso, há Secretário de Estado mas sem Secretaria de Estado ...
Podiamos continuar ..., mas apenas mais isto: é estranho que estas «pessoas colectivas» apenas tenham produzido o que nos foi dado ler, e é de notar que algumas já tinham tomado posição autonomamente. Por outro lado, é dificil ver «os Nacionais» a comentarem outra componente do sistema de que eles também são parte. O que os distingue? Ou seja, há aqui qualquer coisa que não encaixa ... Mais, parte-se do principio que os Governantes ouviram os organismos que estão sob sua tutela, no exercício normal da sua atividade.Ou será  que no futuro vamos continuar a ter os Nacionais a serem feitos pelas  Companhias Independentes? Perdão, pelas organizações do «Terceiro Setor»? Isto parece mesmo o «Albergue Espanhol». É uma opção, mas têm que assumir a escolha, e não nos fazerem perder tempo.
E custa ler «proposta de Decreto-Lei», quando não há proposta nenhuma. Ou será que foi disponibizada apenas a alguns? 
Enfim, não se pode dizer que a primeira tomada de posição pública da Performart, aferida pelo que está disponível na internet,  tenha sido feliz. «Opiniões», dirão ... Na circunstância, que seja!


segunda-feira, 24 de julho de 2017

«O Horácio do Bando morreu»








«O encenador Jorge Silva Melo, que fundou e dirige os Artistas Unidos, escreveu: "Foi, pela certa, um dos melhores atores portugueses daquela sua geração". "E temos de dizer 'O Horácio do Bando morreu'"». Leia mais. 
E quem o viu em palco não o vai esquecer, dizemos nós.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

OUTRA VEZ A «COLEÇÃO SEC»


 
A COLECÇÃO SEC está outra vez nos jornais devido ao Despacho da imagem acima, de ontem, ou seja, de 19 de julho de 2017, que numa abordagem legalista, para que se entenda, tem de ser compaginado com outro despacho, de 2015, o que se segue:



Mas se queremos compreender a «estória» o melhor é ler o problema através das palavras jornalísticas, e aqui temos um trabalho do jornal Público que nos mete «no folhetim» - é só clicar:

Colecção SEC novamente devolvida à Direcção-Geral do Património Cultural

Mas resumindo e concluindo, indo ao cerne do problema, com a informação de que se dispõe, tudo continua na mesma. E a Direção-Geral das Artes e a Direção-Geral do Património têm de continuar a trabalhar em conjunto. Agora temos dois Despachos. Mas não estamos melhor. E não será pedir muito que nos digam o que foi feito de 2015 até este momento, e quando está previsto que o assunto vá ao Conselho Nacional de Cultura, e ... Ó Administração Legalista, não há SIMPLEX que te salve!
Claro que já será pedir muito, mas alguém nos sabe dizer qual é neste momento a politica de aquisições do Ministério da Cultura? Quanto aos organismos que a operacionalizam e quem fica «dono» até pode ficar para depois ...
Como o dia-a-dia do Aparelho Estatal da Cultura mostra fragilidades sobre fragilidades ..., deixando o importante por uma aparente urgência... A prioridade quanto à «coleção SEC», essa continua a mesma, e está clara no artigo do Público. 


quarta-feira, 19 de julho de 2017

«NOVO MODELO DE APOIO ÀS ARTES»| Contributo d' A Escola da Noite



Leia aqui



Um excerto:«Lamentamos que as primeiras indicações sobre a proposta tenham surgido apenas agora, a meio do mandato do actual Governo e já no segundo semestre de 2017, altura em que, de acordo com a legislação em vigor, deveriam estar a ser abertos os concursos para o biénio e quadriénio seguintes.
A demora na apresentação desta proposta e na abertura desta discussão torna-se ainda mais grave tendo em conta os efeitos devastadores dos cortes no financiamento público às artes sofridos a partir de 2011, prolongados até 2017.
É para nós incompreensível que, ao abrir esta discussão pública, o Governo não dê qualquer sinal, para além do que são os desejos do Secretário de Estado da Cultura, sobre o orçamento que vai ser consignado aos apoios às artes. É preocupante do ponto de vista do futuro da actividade que as estruturas financiadas vão poder desenvolver e torna pouco credível a indicação de que os primeiros concursos ao abrigo deste novo modelo abrirão “na segunda quinzena de Setembro”, isto é, daqui a dois meses.
Essa lacuna reduz de forma drástica a utilidade e a eficácia da discussão pública. Com os actuais níveis de financiamento, não há modelo que resista e que permita cumprir os objectivos de serviço público a que é suposto ele dar resposta. Os comentários que fazemos a seguir ao conteúdo da proposta apresentada pelo Governo baseiam-se no pressuposto (para nós o único minimamente aceitável) de que em 2018 o somatório dos apoios às artes a que se refere o novo modelo recupera os níveis de investimento público concretizados em 2009 e 2010, acrescidos da verba necessária para cobrir a inclusão das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e – desejavelmente – para cobrir a inflação ao longo destes anos de absoluto sufoco.
Duvidamos, ainda, da utilidade de fazer esta discussão em duas fases: agora, à pressa e com um prazo curto, sobre a proposta do “Decreto-Lei” (sem que formalmente tenhamos acesso à versão integral do documento) e daqui a alguns dias sobre os Regulamentos, nos quais serão definidas questões essenciais para que possamos ter uma visão global da proposta do Governo. Registamos, com perplexidade, o facto de não ter sido publicada a proposta de Decreto-Lei, ao contrário do que foi publicamente anunciado pelo Secretário de Estado da Cultura. Não compreendemos a razão pela qual isto acontece e consideramos que se trata de uma falha grave, que compromete de forma muito séria o alcance e a validade da “discussão pública” que foi anunciada». Leia na integra.