quarta-feira, 19 de julho de 2017

«NOVO MODELO DE APOIO ÀS ARTES»| Contributo d' A Escola da Noite



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Um excerto:«Lamentamos que as primeiras indicações sobre a proposta tenham surgido apenas agora, a meio do mandato do actual Governo e já no segundo semestre de 2017, altura em que, de acordo com a legislação em vigor, deveriam estar a ser abertos os concursos para o biénio e quadriénio seguintes.
A demora na apresentação desta proposta e na abertura desta discussão torna-se ainda mais grave tendo em conta os efeitos devastadores dos cortes no financiamento público às artes sofridos a partir de 2011, prolongados até 2017.
É para nós incompreensível que, ao abrir esta discussão pública, o Governo não dê qualquer sinal, para além do que são os desejos do Secretário de Estado da Cultura, sobre o orçamento que vai ser consignado aos apoios às artes. É preocupante do ponto de vista do futuro da actividade que as estruturas financiadas vão poder desenvolver e torna pouco credível a indicação de que os primeiros concursos ao abrigo deste novo modelo abrirão “na segunda quinzena de Setembro”, isto é, daqui a dois meses.
Essa lacuna reduz de forma drástica a utilidade e a eficácia da discussão pública. Com os actuais níveis de financiamento, não há modelo que resista e que permita cumprir os objectivos de serviço público a que é suposto ele dar resposta. Os comentários que fazemos a seguir ao conteúdo da proposta apresentada pelo Governo baseiam-se no pressuposto (para nós o único minimamente aceitável) de que em 2018 o somatório dos apoios às artes a que se refere o novo modelo recupera os níveis de investimento público concretizados em 2009 e 2010, acrescidos da verba necessária para cobrir a inclusão das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e – desejavelmente – para cobrir a inflação ao longo destes anos de absoluto sufoco.
Duvidamos, ainda, da utilidade de fazer esta discussão em duas fases: agora, à pressa e com um prazo curto, sobre a proposta do “Decreto-Lei” (sem que formalmente tenhamos acesso à versão integral do documento) e daqui a alguns dias sobre os Regulamentos, nos quais serão definidas questões essenciais para que possamos ter uma visão global da proposta do Governo. Registamos, com perplexidade, o facto de não ter sido publicada a proposta de Decreto-Lei, ao contrário do que foi publicamente anunciado pelo Secretário de Estado da Cultura. Não compreendemos a razão pela qual isto acontece e consideramos que se trata de uma falha grave, que compromete de forma muito séria o alcance e a validade da “discussão pública” que foi anunciada». Leia na integra. 


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