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Repare-se na passagem da notícia da imagem: «Uma coisa é o que gostaríamos de poder fazer. Outra coisa é o que estamos em condições de fazer, dada a situação financeira do país». Estamos a ver mal ou esta é a nova versão do «que parte é que não entende, não há dinheiro», amplamente utilizada pelo Secretário de Estado da Cultura lá pelos anos idos de 2011/2012 ?
Tendo como bom o que está no Programa do Governo e nos Programas Eleitorais dos Partidos que apoiam a solução governativa na Assembleia da República, é óbvio que não se pode ficar por isto. Apetece dizer, vá lá, desde logo, lembrem-se da inteligência das pessoas! E dos efeitos multiplicadores da cultura na economia, e do papel da cultura na inovação e nos inovadores. E na qualidade de vida dos cidadãos, afinal fim último de tudo. E bem vistas as coisas, estamos a falar de valores que no computo geral do OE são «mínimos». Parece que temos mesmo de arranjar uma «medida» para se decidir sobre estas questões. E os factos são os factos que a Plataforma Cultura em Luta tem bem equacionados que podem ser avaliados por este excerto do artigo do JN de hoje:
«(...)
Minutos antes, Pedro Penilo. artista plástico e membro do grupo
de coordenação da plataforma Cultura
em Luta, tinha explicado ao IN
que o objetivo daquela manifestação era "tomar uma posição pública
sobre política cultural, no que
diz respeito a todas as áreas do se- -
tor, tanto do ponto de vista dos utentes como
dos seus trabalhadores".
A plataforma, que congregou até agora 57
organizações de diferentes esferas da Cultura,
diz que se "sente comprometida com este
novo quadro político, na medida em que ele
gera expectativas de viragem e poderia, por
isso, pôr fim a politica de subfinanciamento
do setor. O problema. sublinha Pedro Penilo "é que, conhecidos os contornos da proposta
do Governo de OE, e cruzando a primeira análise desses dados com o Programa do Governo,
percebermos que não se inverte o rumo
ruinoso para a Cultura. É uma oportunidade
perdida".
Os números apresentados pelo Governo PS
para o setor mostraram-se bastante distantes
do objetivo preconizado pela plataforma - 418
milhões de euros, menos de 0.5% do OE. "Classificamos
isto como uma oportunidade perdida
mas, com o este novo ato público frente à
AR, exercemos o nosso direito de
cidadania", reforçou Pedro Penilo.
No manifesto agora relançado,
a plataforma distingue. na sua reivindicação,
"1% do OE como patamar
mínimo: 1% do PIB como patamar
a alcançar gradualmente".
Pedro Penilo realça que o montante
anunciado para a Cultura
diz respeito a 'um ministério que
tem um orçamento igual à anterior Secretaria
de Estado da Cultura". E lamenta que. "apesar
da criação de um ministério, a sua autonomia
não esteja salvaguardada quando se diz que é
preciso ir buscar dinheiro ao turismo e à restauração,
por exemplo". (...).
A coisa está fusca, temos de acreditar no que Deputados/as dizem e que na discussão na especialidade as coisas ainda se podem inverter. Doutra forma, nada parece fazer sentido. Sinais:
no Jornal de Noticias de 24 FEV 2016 |
E quem sabe poderiam comunicar «às massas» qual a estratégia que vão seguir, e qual o ponto de partida das «reivindicações». Nomeadamente no que diz respeito aos Apoios às Artes através da DGARTES - é que há agentes culturais que não param de contactar o Elitário Para Todos para insistirmos nisso. E também podiam jogar com o cruzamento das verbas nacionais com as comunitárias. Estes são assim a modo que os nossos «palpites», e com eles dar voz a quem não tem já ânimo para nada ... Não, ainda não dizem que «são todos iguais», mas andam por lá ...
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