«O futuro já era consiste num manifesto de fúria, fuga e revolta individual. É-nos contada a história de quatro jovens criados em agregados familiares altamente instáveis, numa das regiões mais degradadas de Inglaterra: o Noroeste desindustrializado. Rochdale é uma cidade sem esperança, em que a pobreza, a violência e o abuso fazem parte da vida quotidiana — um lugar onde as crianças têm de crescer demasiado depressa. Os únicos aspectos comuns a Don (uma rebelde obcecada pelas artes marciais), Peter (um rapaz polaco traumatizado), Karen (uma rapariga albina) e Hannah (uma órfã de Liverpool) são o ódio à realidade em que vivem, o amor pelo ‘GRIME’ (o estilo musical que substituiu o ‘punk’ como música dos revoltados e marginalizados), e a determinação em vingarem-se dos responsáveis pela sua miséria. A sua sede de vingança leva-os a Londres, onde se deparam com grupos de conservadores degenerados, com teóricos da conspiração, com programadores vacilantes entre a megalomania e a impotência, com agentes secretos cínicos, com corretores da bolsa chineses, com algoritmos que desenvolveram uma vida própria, e com vários perdedores que passam os dias a reviver o seu próprio passado patético, através da realidade virtual. O que começara como um grupo em busca de sucesso, transforma-se numa família improvisada, quando os quatro jovens tentam, debalde, criar um lar para si próprios numa fábrica abandonada na periferia da cidade.
O futuro já era baseia-se no romance GRM – Brainfuck, de Sibylle Berg, uma das mais renomadas escritoras suíças da actualidade, que venceu o Prémio para Melhor Livro Suíço 2019 e o Grand Prix de Literature em 2020. Pelo conjunto da sua obra, Berg viu ser-lhe atribuído também em 2020 o Prémio Bertolt Brecht». Saiba mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário