sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

TUDO ISTO É JAZZ! | CCB, 9 FEV. 2024 | acrescentar: hoje e sempre «Obrigado, Luís Villas-Boas»



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Se puder não perca o trabalho seguinte de Rui Miguel Abreu:



Excerto: «(...) A partir das 17h, a Sala Luís de Freitas Branco do CCB receberá um programa variado: a exposição evocativa dos “100 Anos de Jazz em Portugal”, do artista plástico XicoFran; uma mesa-redonda moderada por João Almeida (da Antena 2), em que estarão presentes Pedro Moreira (presidente do Hot Clube), Barros Veloso e João Moreira dos Santos; um concerto do Sexteto Syncopators que pretende recriar “a música do primeiro grupo de jazz norte-americano a tocar em Portugal”; a estreia do documentário “Luís Villas-Boas: a Última Viagem”, de Laurent Filipe; e ainda a apresentação do livro “Luís Villas-Boas, o Pai do Jazz em Portugal”, de João Moreira dos Santos. Depois disso, pelas 21h, o Pequeno Auditório receberá então a estreia do “primeiro musical português dedicado ao jazz”, espetáculo idealizado por João Moreira dos Santos em que participam o ator João Lagarto, a Orquestra do Hot Clube de Portugal (dirigida por Pedro Moreira) e artistas de diferentes gerações, como Maria João, Rita Maria, Ricardo Toscano, Rão Kyao, Zé Eduardo, Laurent Filipe, Sofia Hoffman, Barros Veloso, Jorge Costa Pinto e Gonçalo Sousa. 
“Este duplo centenário pedia uma coisa especial”, conta ao Expresso João Moreira dos Santos, investigador e vice-presidente da Égide — Associação Portuguesa das Artes, a entidade que promove, juntamente com o Hot Clube, a iniciativa. “Apesar de já haver sinais anteriores da sua presença, o jazz começou a chegar em força à Europa nos anos 20 do século passado, uma altura em que, após a I Guerra Mundial, o continente estava sedento de alegria. O jazz, que então se dançava, gerava entusiasmo”, explica o autor e investigador, “mas também chocava os sectores mais conservadores da sociedade, as suas elites”. Moreira dos Santos tem o cuidado de referir que este arranque de história, no nosso país e na Europa, não foi tranquilo e relembra os “ataques profundamente racistas” de que essa música era alvo na imprensa e nos círculos mais “eruditos”. “O jazz teve de lutar contra o preconceito, contra a discriminação. Escreveram-se coisas terríveis. Mas, um século depois, o jazz ensina-se nos conservatórios, tem doutoramentos, tem escolas próprias, é hoje visto como uma manifestação artística ao nível da música clássica, é acolhido pelas grandes instituições do nosso país”, sublinha ainda Moreira dos Santos. “Um músico de jazz, hoje, pode gozar de prestígio, mas tempos houve em que o pioneiro Jelly Roll Morton dizia, não sem alguma graça: ‘Não contem à minha mãe que sou pianista de jazz, porque ela está convencida de que eu trabalho num bordel’.”(...)».


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