Veja na integra aqui. |
Pessoas do Elitário Para Todos estiveram na Audição
Pública a que nos referimos neste post e é quase automático
olhar para o aviso da imagem à luz do que lá se adiantou. Ilustração:
- O prazo para as candidaturas decorre durante o mês de férias. De facto, como se pode ler no aviso:
«ii) A submissão do
formulário,
que consubstancia
a apresentação
da candidatura,
deverá ser efetuada até às
17h00 do dia 31 de
agosto de 2016».
«Bingo»! Disseram lá que também costuma acontecer pelo Natal.
- Vamos às verbas:
« Montante
financeiro global
disponível:
400.000,00 € (quatrocentos mil euros)».
e o
Número máximo de candidaturas
a apoiar:
45 (quarenta e cinco)
Vá lá, ensaie as médias que entender, e compreenderá o desespero que atravessa os agentes culturais no terreno, e a falta de escala mínima com que a cultura e as artes está a ser tratada por este Governo. O «1% para a Cultura» não é algo exótico que alguns lhes deu para avivar. Não, é uma recomendação fundamentada de organismos internacionais, por exemplo, da UNESCO. E levada a sério pelos mais desenvolvidos, nomeadamente na Europa de que fazemos parte. E os apoios às artes não são apoios aos «subsidio-dependentes», são, como muitos argumentam, financiamento aos bilhetes porque se não fossem os apoios os cidadãos não tinham disponibilidade financeira para acederem aos espectáculos e afins. A lógica é a mesma de qualquer serviço público, como por exemplo na saúde ...
- E olhemos para a apreciação
Acrescentemos-lhe os critérios densificados: procuramos, certamente mal, não encontramos, o que se conseguiu:
Visto a 30 de julho de 2016 |
Ou seja,
andamos em circuito fechado ....
Bom, mas vamos
ao que interessa: na audição mostrou-se que ninguém entende os critérios, como
são identificados e fundamentados, os indicadores que os revelam, a metodologia
de aplicação, etc.etc. ... Mas sobre isto já todos sabemos através da
contestação que tem marcado os últimos tempos, mas que parece continua a
não ser ouvida por quem devia ...
- Ainda, e bem revelador do que ao que se chegou, e partindo do que se pode ler no aviso:
« M)
Pedido e prestação de esclarecimentos:
i) No sentido de
informar e apoiar os candidatos na instrução das suas candidaturas,
a Direção -Geral
das Artes disponibiliza um pacote informativo
designado
Manual do Candidato, que pode ser consultado em www.dgartes.gov.pt;
ii) Esta
Direção -Geral assegura a prestação de esclarecimentos relativos à boa
compreensão e interpretação dos elementos expostos até ao dia 23 de agosto de
2016,
através de pedido
formulado por escrito para candidaturas@dgartes.pt ou
por
contacto telefónico através da Linha de Apoio
ao
candidato: 210102540 (entre as 10h00 e as 13h00, nos dias úteis)».
Ora, lá, na Audição, as reclamações quanto a agilidade dos processos foi o que todos que seguem estas coisas adivinham: o que se passa é intolerável. Desde a famosa PLATAFORMA ELECTRÓNICA, até ao telefone que ninguém atende, chegando aos e-mails que levam eternidades a serem respondidos. Chegou a ouvir-se isto, como medida urgente: contratar uma telefonista.
.
. .
Por fim, por agora, a grande sobra
é esta,como também tão claramente se pode concluir do que foi dito na Audição
Pública referida:
- Está-se num momento que ninguém há uns tempos antevia para a cultura e as
artes, a de sobrevivência. Muitos já desistiram e não voltam ...
- Quanto ao sistema de apoios, está esgotado, não serve, obsoleto, ... os
termos podem ser diversos mas todos vão na mesma direção: há que conceber um
novo sistema de apoios, e com urgência anunciar o que vai acontecer para o
próximo ano de 2017. Quanto a verbas, no mínimo, retomar os montantes à
data dos primeiros cortes. Em paralelo, reinventar a Dgartes. Há quem já não se
candidate aos apoios enquanto a situação que se vive continuar ...
.
. .
Estranhamente, do meio ouve-se que ninguém está a falar com eles - que pelo
menos isso não acontecia com os anteriores Gabinetes da Cultura. Alguém,
com ironia adianta: FALA COM A A PLATAFORMA O QUE É QUE QUERES MAIS ! Que não
nos falta o humor.
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