Já Chega! é o titulo do artigo da Deputada Inês Medeiros publicado hoje no Jornal Público, onde se pode ler:
«Há anos que o sector cultural está, em Portugal, sujeito a um discurso dominado pela demagogia e a irracionalidade. Depois da denúncia dos ditos "subsídio-dependentes" levada até à exaustão sem que ninguém se digne a verificar onde, quem, como, porquê e para quê a existência de um sistema de apoio público às actividades culturais, depois do indigente discurso sobre a questão do público, eis o culminar da irracionalidade com o aumento de 6% para 23% da taxa de IVA nas actividades culturais.
Em todas as actividades culturais? Não, todas não. Qual aldeia gaulesa o sector do livro escapa. Não que eu ache que o sector do livro devesse estar incluído. Só posso aplaudir que ele não seja abrangido, mas não deixa de ser confrangedor que o único sector que o secretário de Estado conhece em profundidade seja também o único para o qual arranjou argumentos convincentes para evitar esta subida brutal da taxa do IVA.
Em todas as actividades culturais? Não, todas não. Qual aldeia gaulesa o sector do livro escapa. Não que eu ache que o sector do livro devesse estar incluído. Só posso aplaudir que ele não seja abrangido, mas não deixa de ser confrangedor que o único sector que o secretário de Estado conhece em profundidade seja também o único para o qual arranjou argumentos convincentes para evitar esta subida brutal da taxa do IVA.
(...)
Francisco José Viegas anunciou que, no intuito de promover a reconciliação com o público, os planos de actividade das entidades culturais que beneficiam de apoios do Estado seriam analisados pelos seus serviços sob esse prisma. Como seria expectável foram muitas as vozes a levantarem-se na defesa da autonomia criativa. Incomodado pela "suspeita de dirigismo cultural", o secretário de Estado respondeu que "quem o conhece" sabe que apenas pretende "dar a sua opinião". E, como prova da sua abertura, convida-nos para uma reflexão, a dez anos, para estudar o problema. Significa isso que devemos perguntar a quem conhece o sr. secretário de Estado o que ele pensa sobre esta irreflectida subida do IVA?
(...)».
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