sexta-feira, 14 de outubro de 2011

«O QUE É QUE ACHA, SR. SECRETÁRIO DE ESTADO?»

Hoje no Jornal de Negócios, um artigo de Nicolau do Vale Pais.
«O que é que acha, sr. secretário de Estado?
Nada me move nem contra nem a favor do sr. secretário de Estado da Cultura; acho que tem todo o direito ao seu estado de graça
 Nada me move nem contra nem a favor do sr. secretário de Estado da Cultura; acho que tem todo o direito ao seu estado de graça, pois estar debaixo da tutela directa de Pedro Passos Coelho, e suceder a Gabriela Canavilhas, não é tarefa fácil. Do meu ponto de vista, a extinção do Ministério da Cultura, só por si, diz tudo sobre o agoniante atraso cívico em que nos encontramos, e releva as imensas dificuldades de regeneração que esperam a nossa economia, que precisa urgentemente de se diversificar, de se libertar do equívoco do "shopping" e do pato-bravo, de clarificar realmente onde é que tenciona alavancar crescimento. Todo o Orçamento do Estado e a sua fúria de "cobrador do fraque" são, aliás, uma confissão da classe política, que nos sussurra pelos cantos austeros do confessionário em horário nobre: "perdoai-nos, eleitores, pois nós não sabemos o que fazemos".
Nesta linha beatificante de escrúpulo "troikiano", está a decisão recente da secretária de Estado da Cultura (SEC) de terminar com as entradas gratuitas nos museus da sua tutela aos domingos. Acha Francisco José Viegas que 36% de entradas pagas nos museus (o número actual) é uma taxa muito baixa, e que é preciso chegar aos 80% para assegurar a sustentabilidade destes espaços. Boas intenções que carecem de análise:
- 36% de público pagante é pouco, porquê? A quem, ou a quê é que nos estamos a comparar? Qual era essa percentagem há, digamos, 10 ou 20 anos? E se cresceu, por que terá sido? Que idade, por exemplo, têm esses 36%? Foi perfilada, de alguma forma, a tipologia do visitante (pagante ou não)? Existe alguma estratégia integrada de promoção dos museus em transversalidade com o Ministério da Economia, ou com sectores como a reabilitação urbana, o turismo, ou o planeamento do território, por exemplo? (...)» 
O resto

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