Como muitos outros, por aqui temos seguido à distância o que se vai sabendo da colaboração «pro bono» do Consultor Costa Silva ao Governo. E neste momento o que de mais substancial sabemos assenta no trabalho do jornal Público de hoje a que se refere a imagem acima. Depois: há um documento com o titulo «Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030». Confessemos a nossa curiosidadae de inicio sobre como iria o Consultor reflectir a CULTURA na RECUPERAÇÃO ECONÓMICA. E talvez porque no Publico de hoje vem uma entrevista com o humorista Ricardo Araújo Pereira, depois de lermos o que o jornal escreve, vieram-nos à boca: «estão a gozar connosco». Ao vermos que as conversas que o Consultor teve foi com a Ministra da Cultura, e que a Governante como mostra trabalho também de hoje é igual a si mesma: aproveita o documento para fazer avançar o que tem na cabeça - ações dispersas, sem uma estratégia - e que lhe dê visibilidade. O que se passa à volta é ignorado. De lá, também do Público, o recorte seguinte:
Senhor Consultor, é uma pessoa com mundo, e de forma natural sabe que a Cultura hoje está no centro de Planos de Desenvolvimento de muitos dos Paises ditos «desenvolvidos», e por conseguinte tem de ter impacto no «económico». Acontece, e certamente disso tem conhecimento nem que seja pelas «gordas» da comunicação social, que isso não está pensado no nosso País. Olhe à volta e ouça as «conversas» dos nossos melhores da Cultura: não temos uma VISÃO (por natureza estratégica) para a CULTURA embora lá longe o Primeiro Ministro tenha enunciado que mais do que um Ministério da Cultura queria um Governo de Cultura. Mas nem Ministério conseguiram construir. O que certamente lhe transmitiram foram coisas avulsas, e dão-se por satisfeitos pelas duas páginas que têm no seu documento. Bom, a procissão vai no adro mas já aqui algumas pequenas notas:
- O sector está em «polvorosa», com fome, e parece que nada disto se passa;
- O Ministério da Cultura não existe, nunca conseguiu fazer face à herança da Troika que levou à erosão dos serviços, e por isso não tem como planear e executar, « o business as usual» vai continuar, com a agravante que o «usual» em muitos casos nem existe. Se no seu estudo puser como visão estratégica para a Cultura criar um verdadeiro MINISTÉRIO DA CULTURA, acredite, terá grandes hipóteses de acertar. É fazer os tão apregoados «benchmarkings»;
- Veja, Senhor Consultor, como as coisas são: o documento vai ser posto à consulta mas a Senhora Governante da Cultura já tem tudo consumado ... É isto que temos, nem disfarçam ...
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Pois é , Senhor Consultor, há um lado muito positivo no que à Cultura e às Artes diz respeito no nosso País: temos um grande património de ideias para a VISÃO e ESTRATÉGIAS subsequentes, sugestões de PROGRAMAS e PROJETOS, propostas concretas para MEDIDAS IMEDIATAS. Vindas do SECTOR, e dos nossos melhores. De «borla», como a colaboração do Senhor Consultor. Só que depois ninguém sabe ver, ouvir e ler, o que se passa à volta. Não sabem, ou é isso mesmo que querem?
Ainda esperamos que o Senhor Consultor contribua para alterar este estado de coisas, e trabalhe para que construamos UMA NARRATIVA COMUM COM UM ÉLAN QUE NOS MOBILIZE. A propósito (ou nem de propósito) o post anterior:«Nicolas Berggruen: Arts and Culture Offer Us New Narratives for a Better World».
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