segunda-feira, 20 de julho de 2020

TAMBÉM ESTE ANO|«Citemor»|24 JUL A 8 AGO 2020



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E do que João Carneiro escreveu sobre o Citemor no semanário Expresso desta semana:

«Estratégia em ano de pandemia. Citemor quis salvar os projetos de residência e criação artística

A programação do Citemor deste ano, 2020, é um conjunto de apresentações que, de alguma maneira, dialogam diretamente com diversos referentes, nomeadamente com artistas, com obras de arte, ou com as duas coisas. Senão, vejamos; logo no primeiro dia, 24 de julho, em Coimbra, Horácio Frutuoso apresenta uma exposição/instalação chamada “Biblioteca”, na Casa das Artes Bissaya Barreto. O ponto de partida foi o vídeo da artista plástica Helena Almeida “A Experiência do Lugar”. O corpo da artista, os seus gestos e movimentos, o lugar da criação artística criam um corpus que, por extensão simbólica, acaba por remeter para a experiência religiosa e para a ostensão de objetos sagrados, como numa procissão; e, finalmente, para um outro espaço, qualitativamente saturado de conteúdos significantes: a biblioteca, lugar onde circulam palavras como “depósito”, “preservação”, “organização”, “hierarquia”, “ritual”, “silêncio”, “memória”, “lembrança” e “esquecimento”, “livros”.
Ainda em Coimbra, e no mesmo dia, mas no Teatro da Cerca de São Bernardo, Tiago Cadete apresenta “Atlântico”. Aqui, são os registos e as memórias das primeiras viagens entre a Europa e o Brasil, naquilo que era, há cinco séculos, um caminho novo, que se cruzam com os registos de um cruzeiro de férias, que faz o mesmo percurso na plena contemporaneidade. Como é que estes registos, estes pontos de vista, estas diversas sensibilidades, estas e aquelas memórias se cruzam, se articulam, se modificam entre si, como é que as perceções das pessoas podem ser afetadas pelo conhecimento destas duas experiências de um mesmo percurso? Dia 25, no castelo de Montemor-o-Velho, será o Útero a propor um diálogo entre a música de ballet de Prokofiev e a sua reinterpretação contemporânea. Um dos maiores compositores do século XX, um dos grandes compositores de música para ballet, Prokofiev (1891-1953) estará no centro das atenções destes artistas a partir de uma das suas obras mais conhecidas, a partitura de “Romeu e Julieta”, que dialoga de maneira livre com a peça de Shakespeare e que o Útero, em “Primeiro Andamento — ‘Romeu e Julieta’ a Partir de Prokofiev”, aborda, com as três suítes que o compositor elaborou sobre a sua obra original».

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