recorte tirado do Público/Ípsilon
Sabe-se
que em Teatro a carreira de uma peça continua a ser um mistério. Na
circunstância a ambição era clara: SERVIÇO PÚBLICO DE EXCELÊNCIA. Da
garantia de partida: peça incontornável num qualquer Teatro Nacional
com a identidade que se tinha fixado; um encenador com provas dadas no
oficio; um grande ator. Mas havia que levar o REI LEAR aos Públicos. E é
aqui que entra a SIC: acreditou na qualidade do que se estava a
desenvolver, e fez uma cobertura do espectáculo «inédita». Nas conversas havidas o prestígio do Diretor do TNDMII de então, Carlos Avilez, contou. E de que maneira! Na estreia,
no telejornal principal, grande destaque, com José Alberto Carvalho a
entrevistar RUI DE CARVALHO, a pouco de entrar em cena... Os espectadores
à medida que iam chegando não falavam doutra coisa... E assim começou a
«bola de neve» que contagiou a generalidade da comunicação social. Mas a
SIC ainda fez mais: emprestou aparelhos de televisão que permitiram a instalação no atrium do Teatro da autoria do saudoso Vítor Belém. E como esquecer o trabalho do jovem fotógrafo vindo da ARCO? E houve todo o aparato promocional habitual: cartaz; programa; postal; ...
Mas tudo isto fazia parte de um todo maior de que se destaca a apresentação para o ano inteiro de 1998 da PROGRAMAÇÃO cunhada num suporte atractivo - desdobrável em papel duro - que podia ser inserido num envelope vermelho rectangular, comprido, que se pretendia «desse nas vistas» ...Que mostrava a frente do Teatro mergulhada no Rossio ... Tudo em sintonia.
E houve as «pequenas ferramentas» de divulgação, quiçá de grande efeito, por exemplo, o feito em simples folhas A4 de cores várias a anunciar o que se ia fazer no Dia Mundial do Teatro.
Em todo este ambiente, conseguiu-se o tão desejado Mecenas: a TELECOM... E houve o Credor que «abdicou» do que se lhe devia ... E a trabalhadora do Teatro que sugeriu ir buscar flores a um campo perto de onde morava ... Visto à distância, tudo isto é bonito. É desejável e mesmo necessário. Então não é? A paixão pelo que se faz! O «amor à camisola»! Mas um Teatro Nacional precisa de ORÇAMENTO CONDIGNO que permita uma actividade de SERVIÇO PÚBLICO planeada e programada. Na circunstância, um Teatro de Reportório. Remunerações dignas. Mas o tempo passou, e hoje as dificuldades são as conhecidas ... E tudo isto avivado também pelo que se tem visto, ouvido e lido, a propósito do que foi feito e se desenha para o TNDMII, por quem o deixa e por quem se segue ... E não falam de orçamentos! E tudo isto para ajudar na organização de uma MEMÓRIA INSTITUCIONAL na esfera da Cultura e das Artes. Também do TNDMII. Presente sem passado ..., começa mal.
Terminemos, por agora, como começámos: com o REI LEAR, de RUI DE CARVALHO, que o PRESIDENTE SAMPAIO olhou e viu.
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