domingo, 19 de setembro de 2021

DO PASSADO DO TEATRO D. MARIA II | a propósito do que se vai vendo, ouvindo e lendo, sem procurar ... | E NOVA OCASIÃO PARA RECORDAR O PRESIDENTE JORGE SAMPAIO

 

 recorte tirado do Público/Ípsilon

 

 tirado daqui

As palavras de Rui de Carvalho levaram a que gente cá da casa, isto é, do Elitário Para Todos,  envolvida na altura na actividade do TNDMII, recordasse também o momento, o que levou  a  acrescentar as «pitadas» que se seguem. Desde logo, foi muito intenso e simples. Genuíno. Estudantes presentes associaram-se à homenagem, (fora de qualquer protocolo ou combinação prévia o que não incomodou o Presidente - antes pelo contrário, atrevemo-nos a dizer), e foi bonito ... Festa! O espectáculo como alguns ainda se lembrarão teve uma procura excepcional de todo o País e esgotava rapidamente. As filas para adquirir bilhete quando postos à venda prolongavam-se pelo Rossio fora ... Por isso não admira que no dia da condecoração não houvesse bilhetes para quem acompanhasse o Presidente, e foi a Escola, a que  veio, depois, espontaneamente, a associar-se ao acontecimento - tinham reservado há muito os ingressos - que cedeu uns tantos ao Teatro  ..., o que não deixou de ter «a sua graça», mas que encaixava na «loucura boa» que então se vivia no TNDMII. Respirava-se uma dinâmica de mudança! Contagiante: dentro e fora. Em linha com a nova orgânica deixada pelo Secretário de Estado Rui Vieira Nery. E a HOMENAGEM  em palco - pouco usual - parecia ser o corolário natural de todo aquele processo. Uma recompensa. Logo na altura se pensou e se disse: tínhamos um PRESIDENTE atento à Cultura e às Artes. Ainda, com a serenidade que lhe era peculiar,  sem alarde,  junto dos dirigentes assinalou o que via no TNDMII. Recorda-se o sorriso e o olhar brilhante que acompanharam as palavras de apreço ... Magistério do gesto!

Sabe-se que em Teatro a carreira de uma peça continua a ser um mistério. Na circunstância a ambição era clara: SERVIÇO PÚBLICO DE EXCELÊNCIA. Da garantia de partida:  peça incontornável num qualquer Teatro Nacional com a identidade que se tinha fixado; um encenador com provas dadas no oficio; um grande ator. Mas havia que levar o REI LEAR  aos Públicos. E é aqui que entra a SIC: acreditou na qualidade do que se estava a desenvolver, e fez uma cobertura do espectáculo «inédita». Nas conversas havidas o prestígio do Diretor do TNDMII de então, Carlos Avilez, contou. E de que maneira! Na estreia, no telejornal principal,  grande destaque, com José Alberto Carvalho a   entrevistar RUI DE CARVALHO, a pouco de entrar em cena... Os espectadores à medida que iam chegando não falavam doutra coisa... E assim começou a «bola de neve» que contagiou a generalidade da comunicação social. Mas a SIC ainda fez mais: emprestou aparelhos de televisão que permitiram a instalação no atrium do Teatro da autoria do saudoso Vítor Belém. E como esquecer o trabalho do jovem fotógrafo vindo da ARCO? E houve todo o aparato promocional habitual: cartaz; programa; postal; ... 

 

  

 

Mas tudo isto fazia parte de um todo maior de que se destaca a apresentação para o ano inteiro  de 1998 da PROGRAMAÇÃO cunhada num suporte atractivo - desdobrável em papel duro - que podia ser inserido num envelope vermelho rectangular, comprido,   que se pretendia «desse nas vistas» ...Que mostrava a frente do Teatro mergulhada no Rossio ... Tudo em sintonia.

 

 

 

 

  

E houve as «pequenas ferramentas» de divulgação, quiçá de grande efeito, por exemplo, o feito em simples folhas A4 de cores várias a anunciar o que se ia fazer no Dia Mundial do Teatro.

 

 

Em todo este ambiente, conseguiu-se o tão  desejado Mecenas:  a TELECOM... E houve o Credor que «abdicou» do que se lhe devia ... E a trabalhadora do Teatro que sugeriu ir buscar flores a um campo perto de onde morava ... Visto à distância, tudo isto é bonito. É desejável e mesmo necessário.    Então não é? A paixão pelo que se faz! O «amor à camisola»! Mas um Teatro Nacional precisa de ORÇAMENTO CONDIGNO que permita uma actividade de SERVIÇO PÚBLICO planeada e programada. Na circunstância, um Teatro de Reportório. Remunerações dignas.  Mas o tempo passou, e hoje as dificuldades são as conhecidas ... E tudo isto avivado também pelo que se tem visto, ouvido e lido, a propósito do que foi feito e se desenha para o TNDMII, por quem o deixa e por quem se segue ... E não falam de orçamentos! E tudo isto para ajudar na organização de uma MEMÓRIA INSTITUCIONAL na esfera da Cultura e das Artes. Também do TNDMII. Presente sem passado ..., começa mal.

Terminemos, por agora, como começámos: com o REI LEAR, de RUI DE CARVALHO, que o PRESIDENTE SAMPAIO olhou e viu.   

 

 

 

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