quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

JOSÉ MIGUEL NORAS | «Bernardo Santareno/da nascente até ao mar»

 

 

Sinopse

«Infância traumatizada. Adolescência dolorosa. Filho único. Liceu em Santarém. Solidão. Faculdade em Lisboa. Crise mística profunda: Interrupção dos estudos - Faculdade em Coimbra. Melhor, menos solidão. E poemas. Quando tive dinheiro para editá-los, editei-os. Poemas maus. Um primeiro livro de Teatro, já formado em Medicina: “A promessa, O bailarino e A excomungada.” Edição do autor, paga com o dinheiro que ia ganhando como médico da frota bacalhoeira, nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. A bordo, escrevi um livro de narrativas, “Nos mares do fim do mundo” e uma peça de Teatro “O lugre”. Representação de “A promessa”, depois de “O lugre”, depois de “O Crime de Aldeia Velha”, etc. A descoberta do Teatro condicionou toda a minha vida futura. Por exemplo, para poder escrever, deixei a Medicina. Fiz mal. Talvez. O Teatro, dadas as condições em que um escritor tem de viver neste país, sobretudo se é dramaturgo, vai pouco a pouco transformando-se num desgosto, numa frustração. Mais uma. Valeu a pena ter escrito “O Judeu” e o “Inferno”? Parece-me que não. Sinceramente. Hoje não sinto alegria, nem paz. Antes uma coisa azeda e amarga, cada vez mais amarga e azeda... Nada é firme, nem seguro nesta vida: Não fazemos outra coisa, que não seja experimentar caminhos, nunca chegaremos a um fim. É precisa muita coragem para se viver, sobretudo num país como o nosso, neste tempo e quando não se é de todo estúpido e inculto.». Saiba mais.

 

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Sublinhemos a Nota de Abertura do Presidente Ramalho Eanes - como lá é dito,  integra a Comissão de Honra das Comemorações do Centenário Brnardo Santareno -,  donde para estes tempos não se pode deixar de transcrever esta passagem: (...)Podemos, ainda, considerar que a cultura é «a própria alma de um povo, a expressão de um "querer viver" em conjunto, para além das inevitáveis diferenças de convicções, de referências e de gostos, que lhe dão, aliás, o seu sentido, a sua dinâmica e a sua fecundidade»3. Assim sendo, a cultura é, ao mesmo tempo, um património e um projecto em beneficio [de todos ou ]do maior número de pessoas 4 (...)». E começa assim:
 

A nosso ver,  vale mesmo a pena ler o livro - a começar pela Nota de Abertura, onde se sublinha o trabalho do autor: «(...) Para evocar um homem há, pois,  que evocar essa sua totalidade. E é isso que José Miguel Correia Noras pretende fazer nesta obra, de divulgação de inéditos, de recosntituição da biografia de Bernardo Santareno e, também, de justa homenagem (...)» .
Termina deste modo a Nota de Abertura:
 




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