Sinopse
«Infância
traumatizada. Adolescência dolorosa. Filho único. Liceu em Santarém.
Solidão. Faculdade em Lisboa. Crise mística profunda: Interrupção dos
estudos - Faculdade em Coimbra. Melhor, menos solidão. E poemas. Quando
tive dinheiro para editá-los, editei-os. Poemas maus. Um primeiro livro
de Teatro, já formado em Medicina: “A promessa, O bailarino e A
excomungada.” Edição do autor, paga com o dinheiro que ia ganhando como
médico da frota bacalhoeira, nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. A
bordo, escrevi um livro de narrativas, “Nos mares do fim do mundo” e
uma peça de Teatro “O lugre”. Representação de “A promessa”, depois de
“O lugre”, depois de “O Crime de Aldeia Velha”, etc. A descoberta do
Teatro condicionou toda a minha vida futura. Por exemplo, para poder
escrever, deixei a Medicina. Fiz mal. Talvez. O Teatro, dadas as
condições em que um escritor tem de viver neste país, sobretudo se é
dramaturgo, vai pouco a pouco transformando-se num desgosto, numa
frustração. Mais uma. Valeu a pena ter escrito “O Judeu” e o “Inferno”?
Parece-me que não. Sinceramente. Hoje não sinto alegria, nem paz. Antes
uma coisa azeda e amarga, cada vez mais amarga e azeda... Nada é firme,
nem seguro nesta vida: Não fazemos outra coisa, que não seja
experimentar caminhos, nunca chegaremos a um fim. É precisa muita
coragem para se viver, sobretudo num país como o nosso, neste tempo e
quando não se é de todo estúpido e inculto.». Saiba mais.
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