sábado, 21 de maio de 2022

MARIA JOÃO BRILHANTE |«Na morte de Jorge Silva Melo/Um teatro para os Artistas Unidos»

 

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Um excerto do excerto: «(...) É impossível ignorar o contributo de Jorge Silva Melo para algumas mudanças verdadeiramente significativas no nosso campo artístico, quer através da fundação do Teatro da Cornucópia (com Luís Miguel Cintra) em 1973, quer da criação dos Artistas Unidos em 1995, nessa decisiva década em que jovens artistas ousaram mostrar do que eram capazes, começando por experimentar com Silva Melo como fazer. Passar esse «como fazer» tornou-se nos últimos tempos uma acção frustrante. Era menor a possibilidade de ter um grupo de actores a trabalhar nos Artistas Unidos com contratos duradouros, envolvidos em vários espectáculos, preparando e mostrando simultaneamente. Onde fazê-los? Quem acolheria e pagaria a co-produção de um espectáculo com elenco numeroso? Durante quanto tempo poderia estar em cena? Como cumprir o propósito do teatro: falar das questões que não conseguimos resolver, que nos inquietam enquanto comunidade; fazer nascer dúvidas e perguntas? (...)». Ousamos dizer, enquanto os agentes culturais se desgastarem a formular e a encontrar respostas para estes problemas o ESTADO NA ESFERA DA CULTURA não cumpre o que é suposto esperar para a realização de um SERVIÇO PÚBLICO no SETOR. Setor que é imperioso assumir e estruturar, reinventar, dando continuidade ao muito que se tem investido mas num percurso povoado de hiatos, de avanços e recuos, de ignorâncias, ... Sem horizonte ... Desbaratando-se o que foi reconhecido no bom caminho ... E neste momento, se é certo que manda a técnica e o bom senso que não se comece do zero por norma, havendo que fazer diagnósticos profissionais antes disso, não nos admirará que, ponderado o que há a ponderar, ruturas se imponham.

 

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