sábado, 28 de maio de 2022

PARA UM SERVIÇO PÚBLICO NAS ARTES COM DIGNIDADE | diferente da amálgama sem destino transformador dos apoios existentes

 

 Quem tem acesso à internet, pela comunicação social, pode sem grande esforço, e «na hora», ir estando a par da «espuma dos dias» do que vai acontecendo na cultura na ótica da Administração Estatal, e certamente noutras perspetivas. A imagem acima é disso ilustração.Não estaremos a ser injustos se dissermos no que diz respeito a noticias que muito se fica «pela rama». Mas abençoada comunicação social, o que seria de nós sem ela! Eventualmente  a comunicação social dá à cultura a importância que o resto do País lhe atribui. Contudo, de forma dispersa, é certo, no Espaço Público aparecem análises fundamentadas mas a que o Poder Estatal não liga nenhuma e os mais diretamente interessados não têm tempo para nelas se deterem:  estão a lutar pela sua sobrevivência. Em particular a concorrer, a concorrer, a ir a todos os concursos de que vão tendo conhecimento ... Alguns lhes escaparão - já o constatamos. A outros não terão capacidade para se candidatarem.  Seria interessante saber quanto lhes custam esses processos concursais, e em quanto ficam a todos nós. A «olho», a floresta de concursos no âmbito da cultura, e em particular os desencadeados pela DGARTES, serão um bom exemplo do que não deve acontecer. Mas retomando o fio à meada deste post,  concretizando, que impacto terá o artigo de opinião  acima assinalado, ou seja, «Apenas cinco dos perigos vários de um concurso vir a ser anulado». Está disponível online:

 

 

Passagens das mais «leves»:  «(...) 4. Igualmente estúpido (perdoe-se-me o adjectivo, se é duro para com a ‘inteligência artificiosa’ das folhinhas excel) é dar-se algo de muito parecido com o preenchimento de data de nascimento dos candidatos, que exige não apenas o ano (seria razoável por possíveis razões estatísticas), mas o dia e o mês do nascimento de todos e cada um dos participantes em qualquer uma das tarefas na actividade apresentada a Concurso.

5. Os curricula vitae há muito que deveriam ter sido dispensados para quem tem ao menos que fosse 20 ou mais anos de actividade pública, até reconhecida pela própria tutela. Um caso extremo é a Maria do Céu Guerra ou o João Mota, por exemplo, recentemente agraciados com Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério também terem de pôr lá o seu curriculum para um júri ad-hoc avaliar na vez da tutela! E, em contrapartida, os curricula, para fazer prova da sua nulidade, basta dizer que não carecem de prova alguma! Nada me impediria, se fosse exótico e mito-megalómano de dizer que fui 5 anos Subdirector no Teatro de Arte de Moscovo, leccionei 7 no Actor’s Studio ou sou ‘coacher’ do Al Pacino! (...)». Apetece perguntar: mas saberão na DGARTES que isto há muito foi identificado como absurdo, e que foram concebidos Projetos com divulgação pública para se evitar isso mesmo e, mais, com a evolução tecnológica pode ter-se esta informação curricular (individual e coletiva) em tempo real e online. Em dado momento o projeto para o efeito (financiado nomeadamente por fundos comunitários) designava-se PALCOS ...

Mas olhemos também para este excerto: «(...) 3. Apesar do apelo que percorre, como factor de valorização questões de defesa de direitos étnicos ou da liberdade de opção e género sexuais (de forma que, pessoalmente, acho exagerada por ir à exaustão), o nome de cada candidato está restrito, na escolha que o formulário fornece a masculino e feminino. Nem sequer a possibilidade de não-preenchimento é solução porque os algoritmos do formulário impedem a continuação do preenchimento do mesmo. Não percebo! (...)». Aqui, igualmente, muito há que questionar: por exemplo, devem estas opções ter valorizações especificas na esfera destes concursos? Não serão elas por si uma interferência nas opções artísticas? Em tempos o problema já se colocou. De que refexões se partirá na DGARTES nesta matéria? Como  argumentarão perante a alternativa de haver financiamentos específicos para estas problemáticas? Qual é o ponto de situação de que se parte, ilustrando, perante a reflexão em curso na União Europeia: «Comment promouvoir l’égalité professionnelle dans le secteur culturel ?».

 

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 Ao fazermos o que estamos a fazer neste post não estaremos a contribuir para as mudanças que defendemos. Até parece que o que existe tem solução. Mas não, como tantas vezes o temos aqui dito, o QUE EXISTE ESTÁ ESGOTADO. E cada «remendo» que se inventa, como se vê, apenas vai adensando a floresta (ou será melhor dizer monstro?) que não nos leva ao SERVIÇO PÚBLICO de que necessitamos. Para terminar este post, em que medida no que existe,  por exemplo,  estará  refletido o que emerge das imagens seguintes?

 



 










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