quinta-feira, 19 de maio de 2022

NORBERTO ÁVILA

 


 

Com tristeza soubemos que Norberto Ávila morreu. Não demos conta que tenha havido manifestações institucionais. Mas a nosso ver merecia. Dele, por exemplo,  se escreveu:  «Pela diversidade e riqueza dos temas dramatizados, pela variedade e adequação dos modelos estruturantes, pelo saber oficinal, pela capacidade inventiva do jogo cénico, pela sábia dosagem do real e do fantástico, do humor e da emoção, do erudito e do popular, e pela articulação perfeita de tudo isto, a obra de Norberto Ávila, já internacionalmente consagrada, ocupa um lugar ímpar no quadro da dramaturgia portuguesa contemporânea.» - Luiz Francisco Rebello.

E é verdade, como pode ser testemunhado por gente do Elitário Para Todos, isto: «Segundo informação disponibilizada pela associação internacional Colóquios da Lusofonia, chefiou, durante quatro anos, a Divisão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura, cargo que abandonou o cargo em 1978, a fim de dedicar-se mais intensamente ao seu trabalho de dramaturgo». Sim, trabalhou na Direção Geral de Ação Cultural, ou seja, participou na sua criação e lançamento, da  que lá longe antecedeu a hoje designada DGARTES. Num tempo em que havia serviços específicos para cada uma das «artes» cuja razão de existência estava para lá de «apoios». Num tempo onde cada uma das «artes» tinha quem delas soubesse «por dentro». Norberto Ávila, como os demais nestas circunstâncias, mereciam que deles se tivesse memória, nomeadamente através de palavras suas. E disso a Administração aproveitaria. Mas tal vai sendo cada vez mais impossível,  a morte chega sem que isso seja feito ...

Quem com ele coexistiu na DGAC ainda se lembrará da forma meticulosa como elaborava as suas informações de serviço ou equivalentes, e também com ele se aprendeu nestes domínios. Bom, nesse tempo todos aprendiam uns com os outros. À distância, e será verificável, havia qualidade e, desde logo, porque  valores, visão e missão eram claros,  e objetivamente Norberto Ávila esteve lá ... Com outros, em que equipa e «amor à camisola» não eram palavras vãs ...  

Era uma pessoa muito delicada, talvez «rezingão doce» ou de «amuar» se necessário, que víamos respeitado pelos seus pares e era sempre com grande gosto que os ex-colegas se iam cruzando com ele após saída  da Secretaria de Estado da Cultura, e depois diziam uns aos outros: encontrei o Norberto Ávila, está na mesma,  continua a trabalhar metodicamente, ...

Para lembrar ou dar a conhecer, recordemos a sua obra. A nossa maneira de homenagear:

 

 Saiba Mais

 

Ah, e não podemos deixar de lembrar «a mão» de Norberto Ávila na criação do Centro Cultural de Évora, mas a isso voltaremos quando encontrarmos as palavras de Mário Barradas a respeito.

 


 

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