domingo, 27 de junho de 2021

O «SÓNAR» SEGUNDO A SENHORA MINISTRA DA CULTURA | «Está tudo certo neste projeto: não tem fronteiras, não tem símbolos, é transdisciplinar, atravessa todas as áreas artísticas, não fica encerrado na Cultura e coloca-a com o papel de transformação do mundo", afirmou, partilhando que espera em 2022, "estar a dançar" no Sónar Lisboa»

 

E, de repente, soubemos que vamos ter mais um Festival em Lisboa - o SÓNAR. A comunicação social deu boa cobertura à apresentação da iniciativa. Veja, por exemplo, o video acima, e o que o JN escreveu. Também lemos o artigo do Público. E daqui,isto: «(...)Já se sabia que o festival Sónar iria ter uma edição lisboeta em 2022, mas ainda não eram conhecidos mais pormenores. Esta segunda-feira, em Lisboa, na apresentação do acontecimento, por João Wengorovius, da Pixel Harmony, entidade organizadora em Lisboa, por Enric Palau, fundador do Sónar, e ainda com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, foram revelados mais elementos, faltando agora conhecer-se o cartaz, algo que só deverá acontecer em Setembro. O festival, um dos mais conceituados no campo das músicas electrónicas e das artes digitais de todo o mundo, que se realiza anualmente em Barcelona desde 1994, tem tido inúmeros acontecimentos-satélite em diversas cidades (São Paulo, Hong Kong, Nova Iorque ou Buenos Aires) ao longo dos anos, muitos deles servindo para antecipar a edição de Barcelona. Foi aliás o que aconteceu em 2002, em Lisboa, quando o Lux-Frágil acolheu uma noite com Vladislav Delay ou Fila Brazillia, servindo essa manifestação como festa-antecipação. A edição de Lisboa tem um outro perfil, sendo mais ambiciosa. Ou seja, será um verdadeiro festival de três dias. (...) A edição portuguesa conta com o apoio do Turismo de Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Turismo de Lisboa. Os early birds encontram-se à venda a partir desta segunda-feira, limitados a 500, pelo preço de 95 euros. (...)».  E como pode ver, por exemplo, no JN: «(...)Graça Fonseca começou por dar "parabéns à organização pela coragem para manter um projeto" como o Sónar Lisboa, contando estar "muito feliz" com isso, "porque é sinal de apontar para o futuro". "Está tudo certo neste projeto: não tem fronteiras, não tem símbolos, é transdisciplinar, atravessa todas as áreas artísticas, não fica encerrado na Cultura e coloca-a com o papel de transformação do mundo", afirmou, partilhando que espera em 2022, "estar a dançar" no Sónar Lisboa. (...)»




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 Já o captámos em tempos, a Governante da Cultura não nos dá sossego, e neste momento até nos apetecia estar a olhar para a exoneração do Diretor-Geral do Património Cultural mas dada a «avalanche de acontecimentos» seguimos  um critério de gestão:  «first in, first out». Ou seja, o que primeiro nos chega é o que primeiro reflectimos. E o SÓNAR chegou primeiro, e o que a Senhora Ministra diz obriga-nos a parar nele. Mas antes de voltarmos a ler/ver/ouvir o que disse tentemos saber mais sobre o SÓNAR. Abençoada INTERNET! Escolhemos este video:

    



Então, vamos lá a algumas notas:

 

  •  Quase «tocante»  a maneira como o Governo se faz representar no evento. E também, bem vistas as coisas, a Câmara Municipal de Lisboa...Tanta intervenção legitima, se é que isso seria necessário, que nos digam quanto é que o CENTRAL e o MUNICIPAL vão investir no festival. Em termos nacionais, pelo que se lê, a Cultura nem vai gastar um euro - vai ser o Turismo. Assim, o que é que  a Ministra da Cultura estava lá a fazer?,  a abrilhantar e a demonstrar que não quer ficar «encerrada na cultura», diriamos. Qual mentora! E voltamos à nossa: onde é a sede para estas atividades em termos da ADMINISTRAÇÃO? Voltamos à nossa: deve ou não haver quem nos mostre qual a estratégia do Governo para as designadas INDÚSTRIAS CULTURAIS (com este ou outro nome)? E assim  como que damos continuidade a este post tão recente.  
  • Realativamente às palavras da Senhora Ministra da Cultura, passamos ... Mas aquilo soa esquisito. Diremos apenas que ansiamos por Governante da Cultura que se aproprie da verdadeira importância de um MINISTÉRIO DA CULTURA; que entenda em termos conceptuais e operativos a transversalidade das artes e da cultura no aparelho estatal; que dê dignidade ao SERVIÇO PÚBLICO no setor; e que pugne pela intervenção do Estado nas organizações do mundo do negócio da cultura e das artes da maneira transparente  a que têm direito ...
  • Quanto à dimensão «ambiental» e de «sustentabilidade» em geral, estão a ser injustos, outros já o proclamaram e praticaram ... É o que faz os Governantes não se documentarem para as suas presenças públicas ...
  • Por fim, o maior SUCESSO (palavra de que muito gostarão) para o SÓNAR, e ... BOAS DANÇAS!, mas para isso não precisam de ser membros do Governo. Estejam à vontade ...       

 


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