António Pinto Ribeiro em artigo de opinião - «Não é resiliente quem quer, mas quem pode» -,no jornal Público de 27 FEV 2021, refere-se ao estudo da imagem. De lá: «(...) E há cidades e também países que o podem mais do que outros. Partem de outras situações mas tomam decisões estratégicas e políticas. É oportuno referir um estudo comparativo de cinco cidades — Culture, the Arts and the COVID-19 Pandemic: Five Cultural Capitals in Search of Solutions — que conseguem ser resilientes. O estudo tem como objectivo entender as medidas que nos anos anteriores foram tomadas e que possibilitaram hoje a estas cidades manter a vida cultural em funcionamento, mesmo em condições adversas, protegendo os criadores e produtores das várias áreas das culturas artísticas, continuando deste modo a gerar expectativas de futuro.
A pertinência deste estudo revela-se pelo calendário, pela metodologia de avaliação e pela informação sobre as medidas reactivas e projectivas. O estudo começa em Março de 2020 no início da pandemia e, tendo em conta as diferenças de contextos, os grupos informantes articulam-se tanto a nível governamental como a nível de bairros, envolvendo também as múltiplas organizações que constituem os vários sistemas culturais das cidades. As co-decisões foram determinantes para a resposta à pandemia e ao confinamento no imediato, em grande parte porque se adoptou uma lógica de comunicação permanente e de proximidade.
O objectivo foi avaliar os resultados dessas medidas, os seus sucessos e fragilidades, reformas e inovações já introduzidas, lições a tirar tanto quanto possível para preparar o mundo desconhecido pós-pandémico. A metodologia utilizada analisou a especificidade de cada cidade no que diz respeito à população, colectou dados relativos à situação em que ficaram os profissionais da cultura, à diversidade étnica e cultural, ao orçamento global, às receitas do turismo e das empresas deste sector, dados aos quais acrescentou o contributo do mecenato — em que Nova Iorque é exemplar — e do financiamento público, de que Berlim foi o caso mais impactante, sugerindo-se que estas duas componentes fossem mais equilibradas a longo prazo. Uma das razões do sucesso da resiliência das cidades foi a sua diversidade cultural, cujo contributo em termos de solidariedade e de investimento para a criação foi determinante e acentuou a urgência da democraticidade ao acesso e à fruição artística e cultural, reforçando assim o que a legislação alemã considera a “soberania cultural” desta e de outras cidades alemãs.(...). Continue a ler.
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