domingo, 7 de abril de 2024

APROVEITANDO A INICIATIVA INAUGURAL DO GOVERNO COM A MUDANÇA DO LOGOTIPO | (AO QUE NOS IMPELEM!) | ocorreu-nos a «Rapidez» de Italo Calvino no «Seis propostas para o próximo milénio» | EMBORA NÃO PRECISEMOS DE PRETEXTOS PARA (RE)VISITAR CALVINO AINDA ASSIM «OBRIGADO GOVERNO!»

 

 

Veja aqui

A nossa edição é a da imagem, mas deve haver outras, e quando nos preparávamos para transcrever o que lá está a propósito do desenho do caranguejo, ocorreu-nos, para facilitar, procurar na internet, e encontrámos o que queríamos. Veja aqui.  De lá:  «(...) Calvino encerra seu ensaio com a história do pintor chinês a quem o rei encomendou a pintura de um caranguejo. Primeiro ele pediu (além de dinheiro, casa, criados) cinco anos de prazo. Ao fim de cinco anos, sem ter sequer pegado no pincel, pediu mais dez. O rei, impaciente, os concedeu. Esgotado o segundo prazo, o rei foi ao seu ateliê. Ao ver o monarca entrar, o artista o saudou, pegou o pincel, “e num instante, com um único gesto, desenhou um caranguejo, o mais perfeito caranguejo que jamais se viu”».

Mas há que começar pelo começo. Lembrámos a história da pintura do caranguejo - isto há cada associação! - a propósito disto:

«Primeira decisão do Governo foi alterar logótipo oficial

 

mas googlando podemos seguir
 os diferentes pontos de vista 

Contudo, para o que aqui em particular nos interessa, e agora tirado do semanário Expresso: «O designer Eduardo Aires considera a decisão do Governo de substituição do símbolo “ideológica e conservadora”. Sobre o trabalho final, garante que considera “os comentários de que podia ser feito no Paint, por uma criança de quatro anos, elogiosos”». Mais:

«Considera-a progressista socialmente? Modernizadora do Estado?

Considero-a uma solução visual contemporânea que pode conviver bem com as dos Governos congéneres na Europa do século XXI. É uma solução que se memoriza muito facilmente (para mim, os comentários de que podia ser feito no Paint por uma criança de 4 anos são elogiosos), tem uma pregnância visual elevada. Tem um funcionamento eficaz em ecrã e através das várias plataformas digitais e audiovisuais. Integra soundesign e um tipo de letra exclusivo. Repito: não é uma bandeira, é uma ferramenta de comunicação para a ação governativa».

Já agora, a mais recente opinião, de António Quadros Ferreira, que lemos sobre o «caso», no jornal Público:«Em Portugal não há ciência de governar - A afirmação de Eça, em 1867, de que “a ciência de governar” é neste país “influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse”, mantém-se actual. (...)».

 A terminar, para tirarmos proveito da situação e ficarmos a saber mais sobre Comunicação Visual, «bora lá»  ao «manual»:

 
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Por fim duas notas «sem importância»: por acaso gostávamos de saber em quanto vai ficar a mudança; outra, senhores agentes culturais (e os demais, claro)  financiados pelo Estado não se esqueçam de fazer as alterações nos vossos suportes comunicacionais ... É certo que alguns ainda não tinham mudado ... Sortudos! 
 
 

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