De facto Aveiro tornou-se espaço da sua vida: «De boina, sacola ao ombro, vestido de castanhos ou azuis, barba branca e olhar atento. A figura de Madeira Luís, desde 1996, tornou-se presente no campus e na cidade. Muitos conheciam-no pela recolha de cartazes, pelas questões em torno do património. Quem o conheceu sabia-lhe a conversa intensa, o pensamento aberto, a sensibilidade para a Cultura, o gosto pelo conhecimento, a curiosidade pela vida. Escolheu a UA para entregar as coleções a que dedicou grande parte da vida. Faleceu a 30 de julho (...). Leia mais.
Francisco Madeira Luís
Ainda, doutro registo: «(...) Entre as várias funções desempenhadas ao longo da sua vida, foi a partir dos anos 60 que iniciou uma recolha de documentação gráfica orientada para as áreas do Teatro e das Artes Plásticas, com destaque para os cartazes. Na década de 70, e já como técnico da Direcção Geral de Acção Cultural, consegue de modo institucional e sistemático dar continuidade ao projecto de recolha de cartazes, reunindo cerca de 150.000 exemplares, destinados a várias Bibliotecas da Rede Pública, para estudo, fruição e conhecimento. A par com esta recolha, reúne de igual modo material da produção pré-industrial nos domínios do vidro, da cerâmica e do ferro fundido, sendo membro activo da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial.
Madeira Luís escolheu a cidade de Aveiro, e especificamente a sua Universidade, para doar os acervos de uma vida multifacetada, reconhecendo nesta cidade de média escala e na sua Universidade, as condições indispensáveis para a valorização e difusão do valor intrínseco das coleções constituídas, projectando-as no âmbito de interesses futuros. (...)» Leia na integra.
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Quando o Madeira Luís nos deixou, em 2020, escrevemos este post. Para o futuro, queremos sublinhar a importância de institucionalmente haver atividades que não podem ser descuradas - recolher material para memória é uma delas. E para rendibilizar. Com os olhos de hoje peguemos na Economia Circular , e pratiquemos. O Madeira Luís via antes de muitos de nós ... E ia gostar que nós o reconhecessemos, como estamos a fazer. Para terminar, lá atrás conseguiu-se que formalmente a «recolha de cartazes» fosse atividade «normal» na DGARTES de então - e o Madeira envolvia-nos no seu labor, e com frequência lá lhe íamos levar um cartaz que tínhamos conseguido, ao seu espaço de trabalho, no edifício (ao lado do Galeto) que era da CULTURA. Hoje, qual será a postura institucional sobre tudo isto?
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