SINOPSENenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia - e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.
Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.
Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. +.
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Gostamos de Biografias, daí que não pudéssemos perder a de Francisco Lucas Pires. Temos um gosto especial pela forma como nos ajudam a reconstituir contextos, que talvez para gente cá da casa só rivalizem com bons livros policiais. Neste caso fomos em busca do biografado enquanto Ministro da Cultura (e Coordenação Científica). Aspeto adicional, por aqui há quem se lembre do Ministro com o seu Secretário de Estado a visitar os serviços e a maneira genuína como aconteceu ..., e reconstitua a conversa, naturalmente breve, sobre «teatro», a que não será estranho o facto do saudoso Mário Barradas estar presente. (E não vamos perder a oportunidade, logo que haja tempo, de voltar a esse criado Instituto Português de Teatro, quem havia de dizer!, e quem saberá disso?). Eventualmente virá daí o apreço que o Barradas tinha por esse período havendo quem nunca tenha percebido ...
Por agora temos outra escolha, a posição do Ministro expressa nesta passagem:
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Cada vez mais pensamos que estas comemorações dos 50 de ABRIL são mesmo ocasião para reconhecermos e recuperarmos o tempo perdido quanto à ORGANIZAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL DA CULTURA. E obras como a aqui em apreço, a nosso ver muito bem documentada, devem ser parte do processo. E dos académicos aos interessados em geral certamente gerará interesse ver o que cada autor valoriza no seu trabalho - mas afinal isso é a função de quem estuda e escreve em particular biografias desta natureza. À ADMINISTRAÇÃO compete produzir os DADOS, a INFORMAÇÃO, o CONHECIMENTO que estimule a investigação e produza NOVOS OBJETOS CULTURAIS. Já se reparou nas Exposições que estão a acontecer? Em tempos defendíamos que se RENDIBILIZASSE O PATRIMÓNIO CULTURAL visando nós em especial o CÉNICO; agora, com o paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, há que apostar na ECONOMIA CIRCULAR: evolução natural.
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