quarta-feira, 3 de abril de 2024

CULTURA | ser ou não ser Ministério, ter ou não ter Ministro| E O RESTO? | EM PARTICULAR CADÊ O PLANO ESTRATÉGICO PARA O DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO PAÍS

 

 
É verdade, chegámos tarde «ao grande debate» - O comentador parece não ter feito o trabalho de casa e disse isto:  “Dalila Rodrigues é a sexta grande surpresa que aponto aqui. Tem, por um lado, trabalho feito e reconhecido no domínio da Cultura, desde logo no Museu Grão Vasco, em Viseu, no Museu Nacional de Arte Antiga, aqui nos Jerónimos… É, de facto, uma pessoa do sector. É uma pessoa, ao mesmo tempo, com personalidade forte, muito forte, muito vincada e muito marcante. Convém ter sempre isto em atenção”, elogiou Marques Mendes. “E vai ter aqui um desafio interessante: é a primeira vez, em 40 anos, que há um ministro da Cultura num governo da Aliança Democrática. De um modo geral eram secretários de Estado. O último foi, justamente, em 1981, sabe quem? Francisco Lucas Pires. Este também é um grande desafio para esta ministra, que agora fica com o estatuto de ministra e não de secretária de Estado”, acrescentou.
 
Sobre a personalidade «vincada e muito marcante» por acaso há por aqui quem se lembre de uma expressão que se  dedicava à agora Governante em alguns meios quando  estava «na berlinda», na comunicação social. Se bem se lembra, imitando-se James Bond, dizia-se que não tardava se apresentaria assim: «eu sou Dalila, Dalila Rodrigues». Tome-se  por uma graça. Eventualmente se fosse homem ninguém diria aquilo ... Indo ao que interessa, deve ser falta nossa, mas para lá do conhecimento na esfera dos Museus não sabemos de uma ideia da agora Ministra sobre política geral para o Setor. Mais, porventura o decisivo - embora sejamos daqueles que pensam que as PESSOAS CONTAM - o que está no Programa Eleitoral da AD, a nosso ver, tanto na forma como no conteúdo não vai ao encontro do que é necessário. É preciso uma revolução!, com medidas imediatas para estancar a «agonia» e, ao mesmo tempo, com um desenho de futuro, como mandam a ciência e a técnica: no domínio da Gestão Pública.  Já o tínhamos defendido antes de se conhecerem os/as governantes.   
 
*
* * 
Mas retomemos a falha do Senhor Comentador - e veio-nos à memória quando outro Comentador famoso fez o grande elogio do Festival Internacional de Almada dizendo que era de  Música. Engano, era de TEATRO - claro que Joaquim Benite não perdeu a oportunidade para documentar à altura. Entretanto, quanto aos elogios, a nosso ver merecidíssimos, lembrar por exemplo esta distinção aos organizadores:  CTA Membro Honorário da Ordem do Mérito - dizendo para quem desconhece (ou lembrando), há uma fonte onde podemos saber da composição dos Governos anteriores. Veja aqui:
 
Se está na «ordem do dia», aproveitemos, e talvez adiantar outros ângulos de análise para lá de «Ministério sim, Ministério não». Por exemplo: às vezes muda a designação mas o conteúdo continua o mesmo; quando tanto se fala de a cultura ser transversal em que Governo isso foi manifestamente assumido; e em que ocasiões se juntou cultura e ciência; e mostrar que para lá dos Governantes houve Figuras da Cultura dos nossos melhores que passaram pela Administração ... 
Algumas ilustrações, mais ou menos baralhadas, recorrendo preferencialmente à fonte acima referida:
 
 
No tão «falado V Governo provisório», a Cultura junto à Comunicação Social, e haverá quem se lembre das discussões que tal provocou. Passados todos este anos, nos mais recentes,  eis que se opta pela mesma «solução». Atrás de nós virá ... A propósito  esta conversa no PODCAST Megafone:

 
*
*  *

Outro «V»,  agora Constitucional - O Governo de Maria de Lourdes Pintasilgo. A Cultura em todo o seu esplendor - para tudo atravessar. Uma sugestão, um período que merece ser estudado, e nomeadamente avaliar os passos «inovadores» que foram dados e que foram «aproveitados» pelo Governo que se seguiu. Doutra forma, por exemplo, como se poderiam ter  publicado aqueles diplomas orgânicos em tão pouco tempo? Ainda haverá quem tenha «os rascunhos» do legado Pintasilgo/Sedas Nunes/Helder Macedo para a Cultura ...  

Não deixará de ser curiosa a designação que teve mais tarde Lucas Pires - uma vez mais Cultura e Ciência:

 
*
*  *
aqui apenas para fazermos uma correção neste sentido (já avisamos os serviços da «falha» - mas é ver as remodelações na coluna ao lado):

 
E certamente que não será uma perda de tempo revisitar o PROGRAMA DE GOVERNO de então: aqui. Nós que somos devotos de um SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA mas  pensamos ao mesmo tempo que tem de haver uma política para as INDÚSTRIA CULTURAIS E CRIATIVAS, e deve ter  sido por isso,  ao acaso, que reparámos nisto do Programa para a Cultura do Primeiro Governo Guterres:
 
«(...)a) O Ministério da Cultura, em colaboração com o Ministério das Finanças, promoverá formas inovadoras de apoio financeiro ao estabelecimento de linhas de crédito bonificado e acessível, bem como de outras modalidades de apoio à produção cultural e ao desenvolvimento de uma indústria de produtos multimédia baseados nos recursos culturais portugueses; (...)». E pronto, à atenção do Governo e das Oposições.
*
*  *
Para terminar o que outro COMENTADOR disse, em geral, sobre o Comentador que se enganou quanto aos Ministros/as da Cultura com que começámos este post:
«(...)Ontem foi apenas mais um momento do que nos espera. A avaliação que Marques Mendes fez da composição do novo governo seria mais objetiva se fosse feita por Luís Montenegro. Tudo superlativo, magnífico, cheio de talentos, qualidade. Ou extraordinariamente óbvio ou positivamente surpreendente. O ex-lider do PSD conseguiu falar de todos os novos ministros sem encontrar uma única dúvida sobre qualquer qualidade de qualquer uma das escolhas. Provavelmente o melhor governo de sempre. Foram largos minutos de puro tempo de antena do novo poder, sem qualquer coisa que se assemelhe a uma análise. Digno de uma "conversa em família". É isto que teremos nos próximos meses?

O que já era uma aberração em qualquer país democrático passa a ser um prolongamento da estratégia política do poder executivo. A comunicação social também está sujeita ao escrutínio democrático. Ou acaba com estes espaços, ou cria espaços equivalentes em impacto para figuras independentes do governo, incluindo políticos próximos da oposição (que corresponde a 70% dos eleitores), ou pode ser confundida com a comunicação social (pública e privada) que conhecemos nas chamadas “democracias iliberais”».
 


Sem comentários:

Enviar um comentário